terça-feira, fevereiro 12, 2013

Ser pai


Ser pai é uma coisa bacana. Mas, em geral, o bebê precisa também da mãe. E, de preferência, dos dois juntos. Senão "para sempre", que a gente já sabe que é muito difícil, pelo menos por algum tempo.
Claro que há outras fórmulas e todas podem dar certo.

Estou falando isso em função da mais recente consulta sentimental que recebi. Vejam:

Minha esposa não engravida de jeito nenhum,pois ela não tem útero.Eu tenho 32 anos e agora com essa idade me bateu uma vontade enorme de ser pai.Resolvi enfrentar todos os problemas e corri o risco de perde-la, pois engravidei uma mulher para realizar meu sonho.Agora está super difícil de ela confiar em mim novamente,o que faço agora? Estou confuso dos meus sentimentos, pois estou feliz porque vou ser pai e triste porque corro o risco de perdê-la. 


Não entendo muito de Medicina, mas pode ser que a mulher não tenha útero. Achei um pouco estranho, mas acho que pode ser que algumas mulheres não tenham útero. Mas isso não quer dizer que ela não tenha vontade de ser mãe. Isso o "Anônimo" não explicou.

Qual mulher que por acaso lê este blog e que aceitaria que seu marido engravidasse outra mulher, movido apenas pela grande vontade de ser pai?? "Para realizar seu sonho" - como ele diz. Deixando sua mulher totalmente à parte nesse processo e buscando uma "outra"?

Me parece que o nosso amigo quis, na verdade, fecundar uma pessoa. Ser pai é outra coisa, é um papel de outra natureza.

Não sei se eles algum dia o casal conversou sobre o assunto, se comentaram que poderia ter uma solução ligada à inseminação artificial, até a tal barriga de aluguel, sei lá, existem mil possibilidades. Adoção... Isso sim é ser pai (ou mãe). O instante da fecundação pouca importância tem diante da grandiosa tarefa de ser pai  (ou mãe).

Muito me admira um rapaz de 32 anos que engravida uma mulher ("x" - ele não fala nada sobre essa mulher que está grávida e prestes a ter um filho dele) achar que poderá reconquistar a confiança da sua mulher, que não é capaz biologicamente de ser mãe. O que ele quis provar com essa atitude??

Não sei se ele voltará ao meu blog para ler a resposta e acho que a resposta pouco o ajudará.

Caso exista a possibilidade desse homem ter um relacionamento amoroso com a mãe do seu filho, é isso que ele deve fazer. Assim, deixa livre o espaço para que a sua mulher "infértil" consiga um companheiro adulto, bem resolvido, que a ame e que fique do lado dela e que decida com ela o que é melhor para o casal: buscar um método para conceberem uma criança juntos, ou adotar, ou viver a vida sem filhos, o que também é uma possibilidade para muita gente.

Por outro lado, pode ser que ele veja o tamanho do erro que cometeu e tente equilibrar os pratos, ou seja, ser um pai de verdade para esse filho concebido fora do casamento e ainda consiguir reconquistar sua mulher que nessas alturas deve estar duplamente ferida - não apenas pela traição amorosa, como também pelo fato de uma criança estar chegando ao mundo como fruto dessa "pulada de cerca".

Sinceramente?? Só tem um antídoto para uma situação como essa: o amor. Se essa mulher traída ama o seu marido, ela poderá não só perdoar, como amar também o filho dele. Mas uma coisa é certa: será difícil. Muito difícil.

Por outro lado, pode ser que a mãe do seu filho seja esse seu amor verdadeiro. Então será preciso ter coragem para deixar o caminho livre para a sua primeira esposa ser feliz com outro alguém.

As possibilidades são muitas. Espero que a cabeça desse companheiro seja iluminada para que ele tome a melhor decisão, admitindo que fez uma enorme besteira ao gerar essa criança que, coitada, não tem nada com isso e está chegando ao Planeta agora, sem saber de toda essa confusão.

Boa sorte!


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